Leite é o único alimento que:
1. Contém, simultaneamente, 16 nutrientes necessários ao ser humano;
2. Fornece todos os 10 (dez) aminoácidos essenciais;
3. Inibe uma vasta gama de doenças pela ação de bactérias ácido-láticas, que controlam a proliferação de bactérias intestinais nocivas;
3. Inibe uma vasta gama de doenças pela ação de bactérias ácido-láticas, que controlam a proliferação de bactérias intestinais nocivas;
4. Assegura o equilíbrio da flora e fauna intestinal, devido à ação dos microrganismos probióticos vivos contidos no leite, os quais fortalecem e melhoram as propriedades da microbiota nativa;
5. Regula as funções fisiológicas do trato intestinal humano pela ação de bacilos de diversos gêneros, especialmente o Bifidobacterium e o Lactobacillus.
6. Contém Lactose, seu principal nutriente que, além de ser um carboidrato de altíssimo valor nutricional, praticamente não engorda, uma vez que a sua absorção e a consequente conversão em gordura corporal equivale a menos da metade da sacarose (açúcar comum) e a doçura equivale a 1/3 desta.
É o açúcar mais nobre que existe. De altíssimo valor nutricional, de sabor extremamente agradável, é encontrado exclusivamente no leite.
A sua constituição molecular, conhecida como dissacarídeo, é resultante de uma ligação química fraca entre dois açúcares monossacrídeos que, no processo digestivo, é decomposta por hidrólise (pela ação de moléculas de água), voltando a ser açúcares monossacarídeos, glicose e galactose. Esta última, embora seja um nutriente importante, não é convertida em gordura corporal.
Além disso, sua constituição molecular peculiar constitui-se numa cadeia de carbono especial, usada como insumo ou matéria prima na fabricação de uma infinidade de produtos industriais de altíssimo valor de mercado, sendo comercializada a preço de ouro.
Lactose:
A sua constituição molecular, conhecida como dissacarídeo, é resultante de uma ligação química fraca entre dois açúcares monossacrídeos que, no processo digestivo, é decomposta por hidrólise (pela ação de moléculas de água), voltando a ser açúcares monossacarídeos, glicose e galactose. Esta última, embora seja um nutriente importante, não é convertida em gordura corporal.
Intolerância à Lactose:
Assim, caso uma criança tenha intolerância congênita à lactose, a mesma seria acometida de graves sintomas logo ao nascer, quando recebesse os primeiros aleitamentos no peito da mãe, o que poderia leva-la a óbito nos primeiros dias de vida, se não fosse diagnosticado de imediato.
Entretanto, a esmagadora maioria das crianças que têm sido diagnosticadas como intolerantes à lactose, chegam aos consultórios com meros sintomas de viroses ou indigestão simples.
Diagnóstico equivocado:
Por causa da redução de Lactase no intestino, o organismo reduz a capacidade de digerir a Lactose - possivelmente porque o corpo não necessita mais desse carboidrato! Porém, isso não causa nenhum mal estar ou dano à pessoa. Pelo contrário, o organismo deixa de absorver um carboidrato desnecessário, evitando assim o acúmulo de gordura corporal.
Entretanto, voluntariamente ou não, médicos e nutricionistas têm interpretado essa redução da capacidade de digerir a Lactose como se fosse intolerância. Porém, isso não faz nenhum sentido! Não passa de uma interpretação equivocada, se não tendenciosa, do processo digestivo!
A indústria quer a Lactose e paga caro por ela.
Insumo ou matéria prima essencial para a moderna indústria química, farmacêutica e de cosméticos, a Lactose é retirada do leite por meio de processo industrial de desidratação do soro, passa por um processo de cristalização para aumentar a sua estabilidade química e reduzir custos de transporte, em seguida, é oferecida a um amplo mercado, disposto a pagar muito bem por ela.
E pra onde vai a Lactose?
No varejo de menor escala, é usada em padarias, sorveterias e pequenos laboratórios, especialmente nos seguintes produtos:
1) Em pães e recheios, sorvetes, farinhas, alimentos enlatados e produtos lácteos (queijo, iogurte), para conferir textura e paladar mais agradável, permitir a fixação de cor mais intensa e controlar a quantidade de água contida nesses alimentos;
2) Na fermentação de produtos lácteos concentrados e congelados, para preservar a estrutura molecular, evitando alterações indesejáveis de sabor, de textura e de cor induzidas pelas variações de temperatura;
3) Em diversos produtos farmacêuticos, para proporcionar suprimento de energia necessária ao desenvolvimento do sistema nervoso central, facilitar a absorção de cálcio, fósforo e vitamina D; favorecendo a retenção de cálcio e prevenindo a osteoporose.
Uso em alta escala na grande indústria.
1) Ácido Lactobiônico (ácido galacto-glucônico):
a) Na fabricação de detergentes de louças e sabão em pó para uso doméstico, pelas suas propriedades emulsionante, estabilizante de espuma e alta solubilidade em água;
b) Na fabricação de fluidos conservantes de órgãos transplantados, devido à ação antioxidante capaz de inibir ou retardar a oxidação por inativação de radicais livres sobre o tecido armazenado;
c) Em formulações para vetorização de drogas (estratégia terapêutica que consiste na liberação do fármaco nas células, tecidos ou órgãos), aumentando a eficácia terapêutica de medicamentos e reduzindo a toxicidade e a restrição ao tecido lesado;
d) Como conjugado à quitosana hidrossolúvel com o objetivo de atingir a hepatócito-seletividade;
e) Como substituto do fosfato na alimentação;
f) Na fabricação de cosméticos dermatológicos, devido à ação hidratante, antienvelhecimento, anti-fotoenvelhecimento e rejuvenescedora da Lactona (sub-produto do processo industrial de produção do Ácido Lactobiônico);
g) Na fabricação de produtos antiacneicos (contra espinhas), produtos farmacêuticos cicatrizantes e produtos para peles sensíveis, devido à ação cicatrizante do Ácido Lactobiônico (Nardin & Guiterres, 1999).
2) Lactitol:
a) É um edulcorante cujo valor calórico é de apenas 2,4kcal/g, largamente usado pela indústria farmacêutica e alimentícia na produção de adoçantes dietéticos e produtos alimentícios e medicinais destinados a diabéticos e obesos (Timmermans,1997);
b) Na fabricação de chicletes, biscoitos, bolos, produtos forneados e produtos lácteos, em decorrência de sua estabilidade, solubilidade, higroscopicidade e gosto similar ao do açúcar comum;
c) Na indústria de produtos dentais, por ser considerado um adoçante não cariogênico, uma vez que não é metabolizado pelas bactérias da boca, por isso provoca a liberação de ácidos corrosivos ao esmalte dos dentes;
d) Na fabricação de medicamentos e produtos dietéticos destinados a promover o aumento de bifidobacterias ativas no colón intestinal, na cura de diversas doenças relacionadas, uma vez que ao ser metabolizado, reduz o pH intestinal, restringindo o crescimento de vários patógenos e bactérias putrefativas e nocivas (Playne et al. - 2003);
e) Na fabricação de fármacos e produtos medicinais laxantes osmóticos em decorrencia de sua metabolização produzir ácidos carbônicos com poucos carbonos na cadeia, tais como: os ácidos láctico, butírico, propiônico e acético, aumenta a osmolaridade da região intestinal, provocando aumento do bolo fecal.
3) Lactases (Hidrolases ou β –Galactosidases)
a) Na produção industrial de fármacos e produtos laticínios cuja ação metabólica catalisa os resíduos nocivos de outros alimentos no trato intestinal, transformando-os em glicose e galactose, reduzindo assim os efeitos de intolerância alimentar (Husain, 2010);
b) Como aditivo a produtos lácteos destinados a consumidores com intolerância à proteína do leite e à Lactose, pois melhora a solubilidade e a digestibilidade do leite e derivados.
c) Como aditivos destinados a prevenir a cristalização da lactose em produtos lácteos tais como doce de leite, leite condensado, leite concentrado congelado, misturas para sorvetes e iogurtes, além de melhorar as características sensoriais e de textura desses alimentos;
d) Oferecida livremente em países como o Japão na forma de mistura, contendo oligossacarídeos, lactose, glicose e galactose, no estado líquido ou em pó, é usada pelas indústrias de laticínio com objetivo estabilizar a lactase no intestino humano, influenciando beneficamente a saúde e a capacidade digestiva das pessoas, sendo, por isso denominado fator de crescimento Bifidus (Tomal et al. 2010);
4) Lactosacarose:
a) Usada em alta escala pela indústria dietética mundial, devido à rápida absorção metabólica (cerca de 3 vezes maior que da sacarose), é um açúcar de baixo teor de conversão em gordura corporal, além de estimular o crescimento seletivo de bifidobacterias no intestino humano (Ikegaki & Park, 1997).
b) Na forma de β-frutofuranosidase (subproduto da lactosacarose), é usada em catalisadores destinados a hidrolisar a sacarose em glicose e frutose, que propiciam a transformação química dos resíduos de frutosil proveniente da sacarose (Ikegaki & Park, 1997).
5) Acido láctico (ácido 2-hidroxipropanóico ou ácido β-hidroxipropanóico):
a) Largamente usado em vários setores industriais, como alimentício, farmacêutico, cosmético, químico e têxtil, o ácido láctico e seus derivados (sais de sódio, potássio e de cálcio) apresentam inúmeras funções, incluindo o uso como acidulante, regulador de acidez, umectante, antioxidante, agente de corpo ou massa, melhorador de farinha na produção de produtos de panificação, etc;
b) Usado como conservante na fabricação industrial de bebidas (cerveja, vinho, sucos de frutas), bem como de alimentos em conservas (azeitonas, palmito, repolho, pepino, etc...), nos quais promove também a melhoria do sabor e a clarificação da salmoura;
c) Usado como descontaminante e conservante na indústria de carnes, aves e carcaças suínas, destinado a reduzir a infecção por Salmonella e a contaminação por E. coli, dentre outros (Vijayakumar et al., 2008);
d) Na fabricação de cosméticos como hidratante e regulador de pH, assim como em produtos destinados ao clareamento e hidratação da pele, além da atividade antimicrobiana;
e) Os derivados de ácido láctico, como os ésteres de ácido lático com alcoóis alifáticos de cadeia longa são usados como emulsificantes e estabilizantes em produtos de higiene pessoal;
f) Na indústria química, o ácido láctico apresenta inúmeras aplicações como matéria-prima na obtenção de óxido de propileno, acetaldeído, ácido acrílico, PLA, ácido propanoico, enquanto;
g) no setor têxtil, o ácido láctico é usado no curtimento e acabamento têxtil incluindo: o tingimento da seda, na descalcificação de vegetais, como neutralizador, agente regulador de pH.
6) Polilactatos (PLA)
a) Na fabricação de embalagens de plástico biodegradável, reciclável, bioabsorvível e compostável, transparente, assim como para demais polímeros que exijam capacidade de biocompatibilidade (Drumond et al.,2007);
b) Na fabricação de de fibras e têxtil, agricultura, eletrônicos e produção de aparelhos e aparatos eletrônicos domésticos;
c) Na indústria médica e de engenharia de tecidos e implantes ósseos, devido à possibilidade de serem utilizados em implantes temporários, devido à sua capacidade bioabsorvível e, à medida que se degrada transfere a tensão gradualmente para o osso em cicatrização, o que elimina a necessidade de uma segunda cirurgia para retirada do implante, fatos que promovem melhor recuperação do paciente e reduzem custos com o tratamento (Rezende & Duek, 2003);
d) Pela sua capacidade de biodegradação, o seu uso industrial tende a aumentar em escala geométrica, devido às crescentes preocupações ambientais e sustentáveis em relação aos polímeros petroquímicos convencionais, não obstante as dificuldades da indústria em viabilizar o aumento da escala de produção e disponibilidade de matéria-prima (Lactose);
Conclusão:
A demanda da indústria por derivados da Lactose vem crescendo em escala geométrica nos últimos anos, coincidentemente com o crescimento da campanha que divulga o mito da Intolerância à Lactose. Isso se dá, sobretudo, devido ao interesse da indústria em atender a um mercado crescente que requer, como insumo ou matéria prima, derivados da Lactose, quais sejam:
1) As preocupações ambientais que induzem à demanda de Polilactatos para produzir produtos biodegradáveis;
2) O interesse da indústria médica por materiais auto absorvíveis, cuja produção necessita de Polilactatos;
3) A procura maior por alimentos de baixo teor calórico que requer o uso de Lactitol e Lactosacarose para produzir alimentos e medicação dietética;
4) A intenção da indústria farmacêutica e de cosméticos em melhorar a qualidade de seus produtos, para o que necessita de Ácido Lactobiônico e Acido láctico.
Todos esses segmentos industriais utilizam como insumo ou matéria prima produtos derivados da Lactose. Por isso, a campanha de demonização do Leite e da Lactose, como forma de afastar a população desses alimentos, reduzindo a sua demanda e, assim, baixando os custos dessas matérias primas para essa indústria.
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Leia também:
1) Nutrição e Dietas: Dicas
2) Quatro Décadas de Orientação Nutricional Errada
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* Malcyn Dukya é Engenheiro Mecânico e Engenheiro Industrial, Administrador de Empresas, MBA em Gestão Governamental e Ciência Política, Especialista em Informática, ex Coordenador Geral de Modernização e Tecnologia nos Ministérios da Justiça e do Trabalho e Emprego, pesquisador autodidata em Nutrologia e Nutrição Esportiva, História e Sociologia, Músico Amador, Meio-Maratonista, ex Diretor de Auditoria Legislativa e ex Presidente de Processos Disciplinares na Administração Federal Brasileira, M∴M∴
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* Malcyn Dukya é Engenheiro Mecânico e Engenheiro Industrial, Administrador de Empresas, MBA em Gestão Governamental e Ciência Política, Especialista em Informática, ex Coordenador Geral de Modernização e Tecnologia nos Ministérios da Justiça e do Trabalho e Emprego, pesquisador autodidata em Nutrologia e Nutrição Esportiva, História e Sociologia, Músico Amador, Meio-Maratonista, ex Diretor de Auditoria Legislativa e ex Presidente de Processos Disciplinares na Administração Federal Brasileira, M∴M∴
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